sexta-feira, junho 08, 2007

realidade*: 'mas as pessoas da sala de jantar são ocupadas em nascer e morrer'

E para mais uma seção de bloqueio criativo [que me atormenta a um bom tempo, por sinal], peço licença para utilizar um texto que achei bem opurtuno para este momento de crise profunda pelo qual não só nós das Universidades Estaduais, mas o Brasil inteiro está passando diante da transformação da cultura política em mero espetáculo televisivo.


"Revolucionário de pijamas"

Minha covardia é infinita
Simplesmente aceita aflita,
Todo o caos do meu país.

Minh'alegria é indestrutível,
Sempre passa impassível
Pelas praças e nos sinais.

Lá onde vivem crianças,
E velhos sem esperança,
Até que a morte nos dê paz.

Minha fome é insaciável,
Minha ganância indomável,
Diante de tanta miséria,
Eu ainda quero mais.

E a coragem que me falta,
Para lutar de verdade,
Me sobra na vaidade
Ao escrever cada palavra.

Portanto não se aborreça,
Com aquilo que eu te digo,
Sou apenas um mendigo,
Sem vontade nem nobreza.

Sou mais um em meio a tantos,
Que brada pelos cantos,
Mas no fundo nada faz.

Sou como você leitor,
Diante do monitor,
Ou em frente à TV.

E a mentira escancarada,
Já não nos revolta em nada.

É a verdade que ninguém vê.

Ullisses Salles



Só me resta pedir aos que se entendem capazes de julgar os outros que primeiro tentem entender a si próprio. Aos que julgam seu umbigo mais importante, que ao menos respeite o do outro. E aos que só fazem dizer que as coisas poderiam ser diferentes, por favor, quando encontrarem solução melhor que as que desprezam e condenam, utilizem-se de um microfone da Globo para fazer uma boa ação à humanidade e comunicar a nós todos.









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