Domingo passado li um artigo cujo título referia-se à proximidade e talvez à "mistura" de ficção e realidade presentes em um livro recém lançado, que por sinal não me chamou atenção pois não lembro nem de quem era e nem seu título ou sobre o que se tratava. O fato é que só de bater o olho no título do artigo já me pus a pensar em algo ocorrido por estes dias durante a leitura de um livro.
Tratava-se de uma publicação específica para a área de arquitetura e urbanismo, mas que vale a pena ser lido por aqueles que se interessam pela realidade da cidade de São Paulo, pois descreve um desses acontecimentos absurdos acerca da desapropriação e dos privilégios concedidos a quem tem mais dinheiro, como se este fosse o determinante para a quantificação dos direitos de cada cidadão.
Entendo que há muitos casos em que a realidade e a ficção podem ser aliadas, por exemplo, para a elaboração de soluções criativas, ou para o estímulo da imaginação. Mas por outro lado, este par pode tornar-se assustador e, no mínimo, algo que faz nascer a indignação. E este foi o caso.
Não é nem um pouco agradável dar-se conta de que se está diante de uma obra verídica quando se tem a sensação de ler uma obra de Saramago tamanha a falta de humanidade de algumas pessoas com outras e até mesmo de algumas pessoas com lugares.
Não pretendo discutir aqui o tema específico do livro, apenas registrar o quão perturbador pode ser abrir o jornal e até uma publicação acadêmica nos dias de hoje.
o livro*: "Parceiro da exclusão", Mariana Fix
alguns comentários*:1) também é um tanto perturabador saber que têm coisas na nossa vida que estão mais que certas e não tem como você agir contra... feliz ou infelizmente...
2) e das certezas da vida só restou a saudade esta semana. Seriam 22 anos de sinceridade, alegria e determinação. Só nos restam lembranças boas daquele grande amigo...
3) daqui as pessoas não conseguem nem mais fugir para outro lugar do mundo. Sem comentários sobre a festa na casa da mãe Joana, que está boa né?! E o tal do desenvolvimento que é bom...
4) das coisas boas, uma das que nos resta é o cinema:
os 50 melhores de 2006 no Cinesesc5) o cheiro de Páscoa vai bem, obrigada! Espero que por aí também!
vídeo*: [e por falar em chocolate, esperança e criança...]
"As coisas nascem das coisas" de Bel Bechara e Sandro Serpa