sábado, abril 07, 2007

realidade*: Ficção

Domingo passado li um artigo cujo título referia-se à proximidade e talvez à "mistura" de ficção e realidade presentes em um livro recém lançado, que por sinal não me chamou atenção pois não lembro nem de quem era e nem seu título ou sobre o que se tratava. O fato é que só de bater o olho no título do artigo já me pus a pensar em algo ocorrido por estes dias durante a leitura de um livro.

Tratava-se de uma publicação específica para a área de arquitetura e urbanismo, mas que vale a pena ser lido por aqueles que se interessam pela realidade da cidade de São Paulo, pois descreve um desses acontecimentos absurdos acerca da desapropriação e dos privilégios concedidos a quem tem mais dinheiro, como se este fosse o determinante para a quantificação dos direitos de cada cidadão.

Entendo que há muitos casos em que a realidade e a ficção podem ser aliadas, por exemplo, para a elaboração de soluções criativas, ou para o estímulo da imaginação. Mas por outro lado, este par pode tornar-se assustador e, no mínimo, algo que faz nascer a indignação. E este foi o caso.

Não é nem um pouco agradável dar-se conta de que se está diante de uma obra verídica quando se tem a sensação de ler uma obra de Saramago tamanha a falta de humanidade de algumas pessoas com outras e até mesmo de algumas pessoas com lugares.

Não pretendo discutir aqui o tema específico do livro, apenas registrar o quão perturbador pode ser abrir o jornal e até uma publicação acadêmica nos dias de hoje.





o livro*: "Parceiro da exclusão", Mariana Fix

alguns comentários*:
1) também é um tanto perturabador saber que têm coisas na nossa vida que estão mais que certas e não tem como você agir contra... feliz ou infelizmente...
2) e das certezas da vida só restou a saudade esta semana. Seriam 22 anos de sinceridade, alegria e determinação. Só nos restam lembranças boas daquele grande amigo...
3) daqui as pessoas não conseguem nem mais fugir para outro lugar do mundo. Sem comentários sobre a festa na casa da mãe Joana, que está boa né?! E o tal do desenvolvimento que é bom...
4) das coisas boas, uma das que nos resta é o cinema: os 50 melhores de 2006 no Cinesesc
5) o cheiro de Páscoa vai bem, obrigada! Espero que por aí também!

vídeo*: [e por falar em chocolate, esperança e criança...] "As coisas nascem das coisas" de Bel Bechara e Sandro Serpa

3 comentários:

Pedro Dantas disse...

na minha área, medicina, com certeza vou me deparar muito com isso! =P
vc escreve bem viu! =D
obrigado pela visita!
bjos=*

Beleza EXTERIOR

adc disse...

Infelizmente, aqui no outro lado do oceano acontece o mesmo... os privilegiados são usualmente os mesmos. O ciclo vicioso não acaba!
A falta de civismo está patente nos rituais diários das pessoas, que sobrevivem narcisicamente neste mundo.
Identifico-me com a sua indignação.

Bjs da adc

poemasdesarrumados

Fabio Oliveira disse...

Obrigado por seu comentário....
gosto muito de ler os teus comentários e pensamentos sobre a vida de modo geral, pois vc não faz apenas uma simples análise, faz uma reflexão...
Parabéns.
A solidão é um tema constante em meus comentários...irei mudar a temática um pouco agora.
Até a próxima visita.