quarta-feira, janeiro 24, 2007

realidade*: Faz parte


"A música serve para muitas coisas. Serve para ouvir, para namorar, para dançar, para marchar, para agredir e até para matar. O negócio é o equilíbrio." (Tom Jobim)

Acrescentando às palavras do ilustre maestro, diria que a música serve também para unir as pessoas. Quer coisa mais bela que o amor que os paulistanos sentem uns pelos outros? Mais bela ainda é a demonstração desse amor manifestar-se justamente no dia do aniversário da cidade.

Feriado. Mais um desses dias de indecisão de São Pedro, mas nada capaz de deter o entusiasmo para sair um pouco de casa e aproveitar as atividades comemorativas. E desta vez, o Parque da Independência foi trocado pelo auditório Simon Bolívar. O gosto por programas mais tranqüilos e a oportunidade de assistir a Jazz Sinfônica tocando Tom Jobim, motivaram a escolha.

Como diz minha querida amiga Sofia (além da famosa frase "o trânsito é uma guerra"): "os paulistanos são imprevisíveis", logo, as devidas precauções deveriam ser tomadas diante das possibilidades esperadas para uma noite como esta. Chegar duas horas antes do início do concerto para garantir um lugar entre os quase 900 foi a mais importante delas.

Metrô vazio. Seis horas da tarde de uma quinta-feira, era como um sonho transformado em realidade. O prédio de Oscar Niemayer nos aguardava vazio.

Sentadas na mesa a espera da distribuição de ingressos (que realmente era esperada por ser algo óbvio de ocorrer antes de um concerto), fomos de assuntos agradáveis de férias a mais completa falta de assunto. Finalmente uma movimentação começa para a formação da famosa e organizada fila indiana.

Segurança do Memorial: - Não tem necessidade de ficar em fila. Fique o mais próximo possível da rampa que será melhor.

Distribuição de ingressos?Organização? Para quê?!

Muito bem, está dada a largada para o salve-se quem puder. Se bem que... analisando melhor, esse aglomerado não era composto por mais de 300 pessoas. E seguindo mais uma filosofia de Sofia, "para quê ficar de pé se podemos nos sentar?".

Assim que 'o aglomerado' começou a tomar forma mais ameaçadora e significativa aos olhos, a ação mais prudente era juntar-se a eles.

Senhor ao lado: - São sete e meia ainda. Teremos que esperar bastante.

Senhora à frente: - São sete e meia ainda. Teremos que esperar bastante.

Com sorriso no rosto e muita ansiedade pelo concerto, esperamos ali junto a todos. Corpos apertados e saudosos da rotina da absorção de calor humano de dias normais (existente, tão e somente devido ao amor recíproco entre as pessoas que citei anteriormente) e vendo a teoria de que as pessoas chegam todas juntas a um determinado lugar concretizar-se, encontrávamo-nos em meio a mais de 1000 pessoas em questão de instantes sem perceber.

Já cansados daquela situação deveras confortável, o público começa a manifestar-se até que, enfim, o sinal toca e a rampa é liberada. Como em uma liquidação de loja de departamentos, todos correm para chegar ao outro lado da porta.

Sala completamente lotada. Completamente no sentido literal, devo enfatizar. Completamente mesmo!

O concerto foi muito bonito! Ouvimos arranjos bastante interessantes para as famosas canções.

A escada? Sim! Estava bem confortável até...











imagem* : capa do disco 'Wave' de 1967.

um apelo* : "Organização de Eventos". Será que é uma ciência tão complexa?

um esclarecimento* : Particularmente gostei bastante da apresentação da Jazz Sinfônica. Ainda não havia os assitido pessoalmente. Espero conseguir ir no concerto de comemoração dos 100 anos de frevo.

link* : Jazz Sinfônica em ‘discografia’ tem algumas músicas para download

autor* : Ruy Castro - para quem gosta de Bossa Nova, ele possui alguns livros interessantes dos quais leio "A onda que se ergueu no mar", no momento:

"No dia em que se reescrever a Constituição, um dos novos artigos dirá: Todo brasileiro tem direito a um cantinho e um violão. Tem direito também a cidades saudáveis, matas verdes, céu azul, mar limpo e seis meses de verão."

[adorei isso!]

Um comentário:

Anônimo disse...

hey
acho que td paulistano tem que passar pelo aperto de um show no dia do aniversario de sp
eu sou fa de mpb mas confesso que soh agora me interessei por bossa nova
que bom vc se divertiu hehe
bjs